sexta-feira, 31 de maio de 2019

Outro dia normal na barbearia

Da última ver que eu tive um momento intenso numa barbearia foi em 2017 (falei sobre isso aqui!) e o assunto envolvia pessoas mais velhas, histórias de amor (ou não) e morte. Foi bem intenso mesmo... E eu ainda saí com a cara de um samurai...

Hoje aconteceu de novo. Parece que o clima do local muda quando conversas intensas acontecem. Só que hoje foi um diálogo. O barbeiro, um rapaz jovem, 19 anos, que tinha acabado de sair da casa dos pais pra morar sozinho porque queria independência. A pessoa que dialogou com ele fui eu mesmo.

Já há algum tempo eu aprendi que perguntar "tudo bem com você?" não precisa ser um simples ato de educação, como se fosse um bom dia. Na verdade, essa pergunta, quando feita com afinco, gera uma conversa bem interessante e profunda. Foi como aconteceu hoje.

O rapaz não estava gostando de onde estava. Mas isso não só em relação ao lugar, em relação a sua posição no mundo! Disse que viu um homem que era médico e largou a medicina pra viajar por aí. Claro que talvez não tenha sido algo como: Ah, hoje não quero mais ser médico, vou sair viajando por aí. A questão principal disso tudo era a liberdade. Liberdade foi o foco da nossa conversa.

Ele disse que queria muito uma vida assim, viajando e conhecendo lugares novos. Que às vezes o dinheiro não é tudo na nossa vida. Concordei com ele. Eu também queria (kero!) conhecer vários lugares e culturas novas. E também concordo plenamente que dinheiro não é tudo.

Eu vi que nós começamos a tomar decisões pra nossa vida a partir de uma certa idade e depois não para mais, não dá pra parar. Existem duas formas de lidar com isso: se desesperar e parar tudo, escolher a zona de conforto, ficar no igual, no que a gente já conhece e nunca levantar o véu. Ou então ir atrás, cair, levantar e seguir em frente sem ter certeza de muita coisa, mas com o coração cheio de alegria (é o que se espera). E nós estamos todos os dias tendo que tomar essas decisões.


Sabe o que eu percebi no final? Que tudo o que eu falei pra ele serve também pra mim.

Por que escrever?

Eu estava pensando aqui como escrever me salvou de algumas situações. Como escrever, algo tão simples, tirou coisas da minha mente e colocou em um receptáculo. Quando são coisas ruins, podemos comparar com um exorcismo - aquelas coisas que a gente escreve e não mostra pra ninguém, com vergonha porque não sabe como algo tão abominável e cruel pôde ter saído de você. Quando são coisas boas - aqueles pensamentos bons que fazem o nosso dia melhor -, comparamos como uma chama que beneficia a nós mesmos e todos os que estão próximos. Geralmente são aqueles textos (ou frases) que alguém lê e pensa "que bom que não estou sozinho nisso". 

O exorcismo

Uma psicóloga uma vez disse: "Escreva! Quando estiver se sentindo mal, escreva e coloque tudo pra fora". Escrever pra si mesmo é um ato solitário e, por ser algo que parece tão simples nós deixamos passar a oportunidade de falar 'consigo mesmo', de saber o que a sua parte mais profunda tem a dizer pra você mesmo. Já tentou escrever sobre os seus sentimentos quando você está triste ou com raiva? 

O compartilhamento 

Às vezes você tem um pensamento tão bonito e decide escrever. Talvez o que você escreve nesses momentos vem carregado com uma boa vibração tão bonita que, quem lê, pode pensar que aquilo chegou na hora certa. Certas coisas mostram mais de nós mesmos do que a nossa própria presença em algum lugar. O que escrevemos pode ter esta força. A força de mostrar o nosso Eu mais profundo. Talvez o Eu que ainda não tá pronto pra aparecer em público..

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Fim de ano, 2017 e a contagem dos pontos

Hoje penso de uma forma muito diferente sobre o fim do ano. Primeiro de tudo porque existem duas passagens de ano para a maioria das pessoas: Esta, quando o ano se acaba e começa outro; e a do nosso aniversário. E aproveito que temos essa delimitação do tempo para fazer uma retrospectiva do que fiz durante o ano. Antes eu não dava a mínima pra isso, só deixava o tempo passar. Até que percebi que o tempo não volta (...). Perceber isso de uma forma tão marcante, já que é algo que eu sempre ouvi falar, me fez dar ainda mais valor pra o tempo que eu tenho. 
Eu deixei de ser tão pessimista! Eu comecei a ver um mundo bom no meio de tanta tragédia. No começo isso me pareceu egoísmo da minha parte. Eu pensava: "como eu posso deixar passar toda essa corrupção, essas tragédias naturais, esses assassinatos, etc, etc, etc.......?" Não dá pra deixar passar, isso afeta a nossa vida de uma forma ou de outra. Mas ao invés de SÓ ver essas coisas, agora eu percebo que tem muita gente fazendo o oposto, ajudando ao próximo e se ajudando também. A internet está cheia de coisas terríveis mas também está cheia de coisas bonitas e que inspiram na formação de um mundo melhor. Para procurar este outro lado da internet eu tive que procurar algo em mim primeiro.

Acredito que essas vivências podem ajudar a mim mesmo, por estar escrevendo algo que me é importante, quanto a outras pessoas, que podem se identificar com alguma parte do texto e ver que não está sozinha neste mundo tão grande (mas, ao mesmo tempo, pequeno).

2017 começou bem escuro pra mim. Tenebroso, na verdade. E foi essa escuridão dentro da minha alma que me fez querer ver a luz. Foi um ano de real provação na minha vida. Mas, a partir do momento em que decidi (na verdade eu fui obrigado por mim mesmo, ou não estaria mais aqui pra escrever isso) me libertar de certas amarras, um sentimento de paz já começou a surgir. Entenda que eu não me livrei das amarras por completo, mas o fato de eu ter tido a coragem de dizer basta para certas situações me fez sentir melhor. Abriu-se, de verdade, um novo mundo na moinha frente. Porque antes eu pensava que viveria triste pra toda a minha vida, estava me acostumando com isso. O pior é que pessoas, amigos, familiares, colegas, etc, vivem assim e, aparentemente, não se importam muito: trabalhar, gastar o dinheiro, reclamar da vida que leva e repetir a rotina sempre reclamando mas não fazendo nada para mudar. Eu tentei me acostumar. Tenho pena da pessoa que eu era. Mas foi por tentar me acostumar que entrei na escuridão e, lá dentro, num momento tão triste e assustador da minha vida foi que eu disse pra mim mesmo: do jeito que está eu já estou morto, do jeito que eu estou muitas pessoas já estão acostumadas a ser, agora eu quero viver! Foi necessário eu chegar no fundo do poço pra perceber que eu estava vivendo para o outros, vivendo uma mentira. Então eu comecei a subir o poço de qualquer jeito e sem olhar pra baixo. Talvez 2017 tenha sido esta subida. E deixo claro que a subida não foi sozinho. Tive ajuda de familiares, amigos, colegas, meus cachorros (todos os que passaram pela minha vida) e até de desconhecidos com os quais tive apenas uma conversa, mas que foram tão importantes pra me tirar da inércia que minha vida estava. Não estavam brincando quando disseram que sair da zona de conforto não é fácil, mas extremamente importante para se ter uma nova visão das coisas.

Vamos a contagem dos pontos:

Espiritualidade: Quando adolescente eu lembro que saí, depois de uma aula da crisma, sem rumo nenhum na minha cabeça. Eu não voltei mais para a crisma e comecei um peregrinação espiritual dentro da minha cidade em busca de um lugar que me trouxesse paz. Um menino de 15 anos em busca de paz espiritual porque estava com a cabeça cheia de coisas sem explicação. A isto chamamos de adolescência. Estudando biologia celular dá pra entender que desde o nosso nascimento nós lutamos para ficar vivos (abstraia). E a adolescência é aquela fase em que não há limites, não há medo, tudo parece ser infinito. É uma fase extremamente complicada de muitas descobertas. E em que eu deveria acreditar? Andei por várias igrejas procurando essa resposta. Centros espíritas. Li sobre umbanda, budismo, pensei se eu não era ateu, ou bruxo ou tudo junto. Em 2017 eu comecei a fazer yoga. Corpo, mente e espírito em união. Me pareceu algo interessante de tentar. É você com você mesmo na busca da essência. A resposta está no silêncio, eles dizem. A resposta está dentro de você. Isso é coerente para mim. Compactuo da opinião de que cada um deve buscar o que faça seu espírito ficar tranquilo e venho aprendendo a não questionar a fé de ninguém.

Eu versus o Outro: Não se comparar com ninguém. Cada vez mais vejo as diferenças nas pessoas. Como eles pensam diferente de mim! Quais aspectos elas pensam parecido comigo? Como cada pessoa reage de um forma a determinada situação? Às vezes eu não sei como me comportar perto de certas pessoas. Acredita em energia? Eu acredito. E muitas, mas muitas vezes eu olho pra uma pessoa e me encho de felicidade na mesma hora. Em outros casos eu ficava triste, com raiva, com inveja, indiferente. O pior é ficar indiferente. E tudo isso me faz pensar que cada um tá passando por alguma coisa. Este ano eu ouvi coisas que eu pensava que minha mente não suportaria ouvir. Coisas da humanidade. Tragédias e barbaridades que aconteciam nos meus círculos de amizade e eu não fazia a menor ideia. Que aconteciam na minha vida e eu não prestava atenção. Tô aprendendo, aos trancos e barrancos, que antes de olhar os demônios dos outros eu tenho que me acertar com os meus e como isso é difícil, mas necessário. Outra coisa, ficar calado para evitar uma briga é bem difícil, principalmente quando pensamos que estamos certos. Vale de exercício para praticar...

Amizades: Conheci pessoas! Muitas pessoas! Mundos inteiros conversando comigo. Eu passei a olhar mais nos olhos. Minha timidez sempre me faz olhar pra qualquer outro lugar, mas não nos olhos das pessoas. Já sei de vez quando me sinto confortável conversando com alguém. Desarmado e sem medo de falar sobre qualquer coisa. A sensação é de liberdade. De sentir que o tempo parou. Despido de tudo o que não for verdadeiro. Num momento assim não importa quem você é ou o que faz, o que realmente importa é a troca de vivências, coisas da vida de cada um que são colocadas na mesa e discutidas à luz apenas da simplicidade. Cada um tem a sua vivência. A gente fala sobre elas. Vemos o que há de comum e não comum entre elas e a conversa vai fluindo. E é tão simples. Tão gratificante. Eu conheci muitas pessoas e tenham certeza que cada uma delas deixou um pouco de si comigo. Espero ter deixado algo de mim com elas também.
Eu quero dizer que gosto muito de conhecer gente nova! Eu fico pensando: onde é que essa pessoa estava que não a conheci antes? Às vezes é porque ela aparece na hora certa.

Mente bagunçada: Eu lembro que cheguei na analista e a primeira coisa que eu disse foi que minha cabeça estava muito bagunçada. Eu queria desatar aquilo tudo porque não estava aguentando mais. Junto com o Yoga, a análise foi uma das coisas que me fez olhar pra mim mesmo de uma forma que eu não sabia que poderia fazer. Este ano foi o que eu mais me senti que não pertencia a nenhum lugar, nenhuma tribo, nenhum grupo. Que me senti mais sozinho. E que foi muito importante pra saber que eu me sinto muito bem assim, comigo mesmo. Sendo assim, fiquei mais consciente de quando a presença de uma pessoa me é confortável para dividir uma conversa, um sorriso ou um abraço. Como falei antes, é incrível quando aparece uma pessoa que você gosta na primeira olhada. É coisa de energia isso, né? Eu acho que sim.

O resultado da contagem é aprendizado, sempre.

E para 2018...
Mais otimismo. Quanto mais dizemos coisas boas, vemos coisas agradáveis e dividimos alegrias, as coisas coisas tendem a seguir este caminho. Eu quero conhecer mais pessoas. Aprender mais sobre tudo o que me for possível. Compartilhar conhecimentos. Compartilhar alegrias e ver a vida sempre com bons olhos. Acredito que estamos caminhando para um estágio de luz e bondade, sempre evoluindo. Precisamos caminhar todos juntos e nos ajudar sempre.
Só depois de adulto que venho perceber o quanto a paz é importante pra o mundo.


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Quem é o lobo do homem?

Estou lendo mais um livro de Bauman (O retorno do pêndulo), onde ele e um psicanalista (Gustavo Dessal) "conversam sobre a vida, o universo e tudo mais. Mas o ponto que quero abordar agora é quando eles falam sobre o homem ser o lobo do homem ou o homem ser seu próprio lobo...

Eu sempre achei, até um tempo atrás, que nossos problemas vêm de fora. Que as coisas que nos chateiam vêm do externo. Ou seja, das coisas, dos outros, menos da gente. Mas e se o problema todo estiver DENTRO da gente? Fica até chato não ter alguém pra colocar a culpa, né? Ou alguma coisa pra ser considerada a causa de todo o nosso mal. 

A notícia ruim é que o problema pode estar apenas em nós mesmos. Na mente, no coração, na alma... E a notícia maravilhosa é que o problema estando em nós, só nós podemos concertar, se quisermos. Aqui entra vários e vários ensinamentos antigos de várias filosofias antigas (não muito da religiosidade, mas da espiritualidade) que colocam que a nossa mente é quem comanda TUDO! Ou seja, só deixamos algo nos colocar para baixa se nós deixarmos. Mas não é tão fácil assim, né verdade? Lendo aqui pode até parecer, mas o caminho para dentro de si é árduo. E eu não falo apenas no viés da filosofia. Psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, etc., que falam que temos que enfrentar nosso lado negro para sermos completos. Não tanto enfrentar, mas aceitar. Viver em paz com esse demônio que é uma parte de nós. Já falando da espiritualidade disseram que para florescer, virar lótus, você precisa passar pela lama primeiro...

Estão me acompanhando? Nossa mente, nosso ki, nossa força interior, nosso espírito, nossa alma, alguma coisa dentro de nós comanda tudo FORA de nós. E esta coisa, estando dentro de nós, faz parte de nós (¯\_(ツ)_/¯). E Então tudo indica que podemos ter o controle. Agora pra conseguir isso é que é a coisa!! Cada um precisa encontrar a sua forma (na minha opinião). Seja indo passar um tempo nas montanhas meditando, seja correndo muito com o vento batendo na cara, seja indo à igreja, seja praticando algum esporte, seja conversando com a pessoa que você mais ama no mundo... Nós temos que encontrar o NOSSO próprio caminho para dentro. A resposta está lá! Agora imagine como será maravilhosa essa trajetória! Como falei antes em lama, nós vamos encontrar muita, mas MUITA lama nesse caminho. O X da questão é o que você vai fazer com ela na medida em que for encontrando.

É tudo muito relativo. Seja com o viés científico, seja no espiritual, nós somos grandiosos! Incríveis de verdade! O caminho disso tudo depende da gente (aí que mora o problema). Mas se, agora, sabemos (ou achamos) que o lobo está dentro da gente e não fora, já dá pra traçar um plano bem bolado pra domar essa fera que vive com a gente.
 

domingo, 16 de julho de 2017

Mais um dia comum na barbearia...

Hoje eu quero ratificar o que eu venho pensando há algum tempo: nós aprendemos coisas em todos os lugares. Sendo assim, vou compartilhar com vocês o que aconteceu comigo quando fui numa barbearia aqui do bairro. Adianto que foi um dos momentos mais intensos que já vivi. Estão prontos? (Ninguém me perguntou isso antes de eu ir pra lá...)

Certo. Eu estava com a barba bem grande, a maior que eu já tive na vida (e olhe que não era tão imensa assim, estava apensas grande) e eu queria ajeitar, aparar e fazer algo que eu ainda não tinha feito antes porque não tinha barba grande. Vou especular a idade dos envolvidos porque acho que vai ser importante para uma possível conclusão...

O salão é pequeno, só o senhor (que eu não  lembro mais o nome), que é o dono, trabalha lá. Ele deve ter seus 60 - 65 anos. Ele estava fazendo a barba de um homem (que deveria ter uns 35 - 40 anos) enquanto conversava com outro senhor (49 anos, ele disse), que seria o próximo a ser atendido. Então eu cheguei, e eu seria o segundo a ser atendido. Eles conversavam sobre várias coisas: trabalho, amigos, mulheres, traição (em um momento, os dois clientes concordaram que a traição pode acontecer, mas que ela deve ser, pelo menos, escondida bem direitinho). Então eles começaram a falar da morte. Muitos amigos estavam mortos. Alguns que deveriam estar mortos não estavam. Falaram de separação. O senhor que aguardava disse que estava casado há 30 anos, mas havia 8 anos que ele não falava direito com sua mulher. Então, há 8 meses eles se separaram de vez. Ele já estava namorando com outra mulher. Estava feliz de novo. Ele disse.

O barbeiro não falava muito. Deixava os dois conversando. O que estava tendo a barba feita terminou o serviço e foi embora. O senho foi para o lugar dele. Então uma senhora (69 anos, ela falou) chegou com seu filho (29 anos, ela falou também). O menino tem síndrome de down. Ela começou a conversar com o barbeiro. Durante a conversa ela falou que pegou o menino com 3 meses porque a mãe dele não queria ao saber que ele tinha síndrome de down. Segundo ela, a mãe do menino iria jogá-lo fora, tratava o bebê muito mal e então ela resolveu criá-lo. Apesar de não gostar da mãe biológica do menino, a senhora confessou que a ajudou uma vez, quando a moça estava doente e não tinha dinheiro para comprar remédio. O menino não falava mais, raramente cochichava. Elas disseram que os médicos concluíram que ele tinha muita dificuldade de aprendizado. Logo depois começaram a falar de morte de novo.

O barbeiro disse que viu seu filho morto dentro do carro, em um acidente. Que tirou pedaços do cérebro do rosto dele e viu o braço do rapaz quebrado em dois lugares. Que soube, antes de ver a cena toda, quando foram contar que seu filho sofrera um acidente, que o menino estava morto. O senhor que estava tendo a barba feita agora disse que sua mãe estava com Alzheimer. Que não estava lembrando de mais nada, mas que gostava de tomar uma cerveja no fim do ano. A senhora disse que seu esposo estava morto há 15 anos, que superou a morte dele e que entende que logo será a vez dela. Ela disse isso para seus filhos. Ela acha que eles estão preocupados com a chegada da morte pra ela e ficam fiscalizando o que ela come ou deixa de comer. Ela disse que às vezes come o que não pode, porque não vai viver sem aproveitar as coisas que ela gosta. 

Os únicos calados era o menino, que esperava para cortar o cabelo, e eu, que esperava para fazer a barba. Durante toda a conversa ficamos em nosso mundo, ouvindo tudo. Às vezes a gente ria. Às vezes a gente só baixava a cabeça. Durante toda a conversa eu tive vontade de chorar em varias partes. Eu estava ali entre pessoas que já viveram muito. Que já presenciaram a morte de perto em várias ocasiões. Pensei em como a gente fica perto de várias pessoas e não sabe nada sobre elas. E que em uma espera pra fazer a barba a vida passasse por tantas fases enquanto eu tentava entender aquilo tudo. Eu não entendi. Parei de pensar porque, caso contrário, iria explodir ali mesmo. E, apesar de tudo, eles conseguiam falar das coisas boas que estavam acontecendo agora na vida deles. A senhora parecia feliz, disse que amava seu filho e que foi um presente de Deus. O menino também parecia bem feliz. Bom, foi muita informação pra um dia só na minha mente.

Eu cheguei em casa. Não gostei muito do resultado da minha barba. Tava muito arrumada. E eu gosto dela bagunçada. Tirei a barba inteira. Me vi diferente no espelho. Fiquei meio esquisito. E achei bom ter tirado a barba toda. Não quero ficar refém da aparência de ter que ficar cuidando da barba pra sempre. De qualquer forma vou deixá-la crescer de novo :) 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

eXpEcTaTiVaS

Hoje eu vi um humano, homem, adulto (dos seus mais de 40 anos) fazendo a seguinte indagação para si mesmo: "eu gostaria de saber quais as expectativas das pessoas". E eu gostei tanto de presenciar isso. Eu tô pensando nisso até agora. Quais as suas expectativas? Para a sua vida, quais as suas expectativas para a sua vida? Cada um de nós está num momento da vida. Algumas religiões vão dizer que é castigo. Ostras vão dizer que é aprendizado. Outras vão dizer que era pra ser assim desde o começo. E as respostas são iguais paras os momentos que virão. Mas e você? O que você espera da SUA vida?

O mais impressionante disso tudo é que cada uma pessoa nessa terra tem uma expectativa para cada coisa que existe (eu acho). Quem tem ansiedade tem mais expectativas do que o considerado normal. 

É porque expectativa é algo que deveria ser muito pessoal, mas a nossa gloriosa sociedade (NÓS) colocou algumas expectativas prontas pra gente: "você só é alguém na vida (e é feliz) se tiver muito dinheiro", "você tem que se casar e ter filhos pra ser feliz", "você PRECISA ter um carro quando for adulto" e mais um monte de expectativas prontas pra gente seguir. Agora saia da linha pra ver... Nós somos tão bombardeados com isso tudo que os sonhos que tínhamos vão sumindo pra poder caber nas expectativas já prontas. O pior de tudo é que muitas pessoas não veem mais outra saída a não ser segui-las. 

Se a pergunta que eu vou fazer agora lhe parecer boba de mais então tá na hora de você ter muito cuidado e repensar algumas coisas da sua vida. Lá vai:

__ Você é feliz?

Pense na sua vida agora: seus afazeres, seu trabalho, sua família, seus amigos, você mesmo! Essas coisas fazem você feliz? Têm coisas que a gente não pode mudar, têm coisas que a gente pode. O que não pode é ficar num mar de infelicidade, vivendo expectativas que não são suas, porque você se acostumou a sofrer com algo conhecido. Mudar é difícil. Dói. Mas quando é o caminho certo a sensação é a melhor. É o que dizem por aí, né? 

sexta-feira, 16 de junho de 2017

3 documentários para pensar sobre a vida

OLAR!

Hoje eu quero falar com vocês sobre a vida. Ando refletindo (literalmente) sobre a vida. Então resolvi assistir a alguma coisa relacionada, pra eu não me sentir com o peso do mundo nas costas sozinho. Então, como sempre imagino, as coisas que você precisa vêm na hora que você precisa. Às vezes a gente não vê, mas elas continuam vindo até que você veja. Bom, desta vez eu vi os três documentários que vou indicar aqui. E lá vamos nós!

Número 1 - Minimalism


Este documentário fala sobre como algumas pessoas conseguiram perceber que sua felicidade não estava nas coisas que a gente compra. Que o consumismo desenfreado pode até nos saciar nos primeiros momentos, principalmente antes de ter o "material", mas depois a necessidade de ter mais reaparece. Nos faz pensar sobre o consumo x felicidade. A vida que você tem basta pra você ou você precisa ter muitas coisas materiais pra viver bem? Pois é, depois dele a gente fica se questionando sobre o que é importante mesmo em nossa vida.


Número 2 - Happy


Aqui temos um documentário que viaja o mundo em busca de histórias sobre a felicidade com um embasamento científico maravilho! Aborda pessoas que passam por situações difíceis, mas que superam e se tornam mais felizes do que antes do acontecido. Pessoas que vivem com quase nada e são mais felizes do que pessoas com muito dinheiro. Vários especialistas, entre psicólogos e psiquiatras abordam o tema e dão resultados sobre as últimas pesquisas relacionadas com o tema. É um documentário que nos faz pensar sobre a felicidade, o que faz você realmente feliz?

Número 3 - Humano: uma viagem pela vida


 

O melhor documentário que eu já assisti nessa minha vida até o presente momento. Ele coloca pessoas de diversas nacionalidade, na frente de um fundo preto, pra falar sobre suas vidas. Sobre todos os tipos de assunto: preconceito, imigração, orientação sexual, dinheiro, felicidade, trabalho, perspectiva de vida, etc. Prepare três pacotes de lenço, ou então pegue logo um lençol, porque é muito emocionante. São fatos da vida que a gente não imagina que outra pessoa está passando, são relatos que nos faz pensar sobre a solidariedade. Abre nossos olhos para sermos mais humanos! A gente precisa ser mais humano! Há relatos tristes e  terríveis, há relatos de superação e alegria, e eles nos deixam uma mensagem importantíssima sobre a vida: que a gente tem que viver de verdade. 

Então é isso. Assistam! Tenho certeza que alguma mensagem boa vai ficar pra você refletir sobre a vida. :)

Em outra oportunidade falaremos sobre o universo e depois sobre tudo mais!